Salve Geeks, como vocês estão? O novo lançamento do diretor Mamoru Hosoda, Scarlet, chegou aos cinemas com muita expectativa — e tem gerado um misto de frustração e curiosidade entre fãs e especialistas. Mesmo com o nome de Hosoda no pôster, o filme enfrenta críticas ao roteiro e salas pouco ocupadas no Japão, mas ainda conserva caminhos para redenção no mercado internacional.
Desempenho nas bilheterias e primeiras impressões
Estreado no Japão em 21 de novembro de 2025, Scarlet abriu com relatos de ocupação baixa e uma arrecadação inicial modesta: cerca de 61 milhões de ienes no primeiro dia. Em plataformas locais de avaliação, o filme registrou notas decepcionantes (por exemplo, 2,9 no Filmarks na data citada), enquanto no agregador Rotten Tomatoes aparece com 71% — números abaixo do esperado para um título do calibre de Hosoda. Relatos em redes sociais também destacaram sessões com menos de 5% de público em alguns cinemas durante a estreia.
Por que a recepção foi tão morna?
As principais críticas se concentram em dois pontos: o roteiro e a opção estética. Muitos espectadores descreveram a trama como pouco inspirada, chegando a chamá-la de "chata" ou sem novidade; a mudança no estilo visual — um híbrido que se distancia das assinaturas visuais que marcaram trabalhos anteriores — dividiu opiniões. Essa reação tem base histórica: Hosoda obteve grande sintonia com o público em parcerias anteriores, especialmente quando trabalhou com a roteirista Satoko Okudera em sucessos como The Girl Who Leapt Through Time e Summer Wars. Desde que Hosoda assumiu roteiros solo, críticos e fãs notaram perda de coesão narrativa em alguns lançamentos.
Comparações recentes
- Chainsaw Man: Reze Arc — nota média alta em plataformas (4,3 no Filmarks no ano).
- Demon Slayer: Infinity Castle — também com avaliação robusta (4,2 no Filmarks).
- Scarlet — avaliação e bilheteria aquém do esperado, mesmo com ampla distribuição no Japão.
O que pode ter pesado: ausência de colaboração criativa
Fãs e críticos sugerem que a falta da parceria com Satoko Okudera fez diferença. Okudera foi autora de roteiros que equilibravam emoção, humor e estrutura dramática com eficiência, e desde que Hosoda passou a escrever sozinho, alguns filmes perderam esse compasso. Enquanto The Boy and the Beast e Mirai conseguiram um bom diálogo com o público, Scarlet foi recebido como um ponto de ruptura por parte da base de fãs — sobretudo por sua aposta em uma narrativa de vingança com ecos de Hamlet.
O que ainda pode salvar Scarlet
Mesmo com o desempenho doméstico frágil, Scarlet tem caminhos para recuperação:
- Lançamento internacional: A Sony Pictures Classics programou a estreia nos EUA para 6 de fevereiro de 2026. O público ocidental tende a receber experimentos visuais e narrativos de Hosoda com mais abertura em alguns casos.
- Elegibilidade ao Oscar: O filme permanece elegível ao Oscar de 2026, o que pode reacender interesse crítico e público caso obtenha indicações.
- Marketing segmentado: Festivals, sessões especiais e parcerias com plataformas de streaming podem reposicionar o longa diante de audiências que valorizam propostas autorais.
Aspectos artísticos e elenco
Scarlet é uma produção do Studio Chizu em parceria com Sony Pictures e Nippon Television. A trama acompanha uma princesa que atravessa tempo e espaço para vingar o pai, com vozes de Mana Ashida como Scarlet, Masaki Okada como Hijiri, Koji Yakusho como Rei Cláudio e Masachika Ichimura como Amlet. A trilha sonora é assinada por Taisei Iwasaki. Visualmente, o filme aposta num estilo híbrido de animação que alguns elogiam pela ambição e outros rejeitam por se afastar do charme já esperado das obras de Hosoda.
Prós e contras resumidos
- Prós: direção experiente de Hosoda, produção de alto nível, trilha e design visual arrojados.
- Contras: roteiro considerado irregular por parte do público, estética polarizadora e estreia comercial fraca no mercado doméstico.
Perguntas frequentes (FAQ)
Scarlet ainda pode recuperar o investimento?
Possivelmente. O mercado internacional e indicações em festivais ou premiações podem aumentar visibilidade e bilheteria. Estratégias de lançamento e distribuição também influenciam muito.
O filme está elegível ao Oscar?
Sim. Scarlet permanece elegível ao Oscar de 2026, o que pode atrair atenção adicional se houver campanha e apoio crítico.
É necessário conhecer as obras anteriores de Hosoda para apreciar Scarlet?
Não é obrigatório, mas quem conhece a filmografia de Hosoda pode perceber referências e pontos de comparação que ajudam a contextualizar escolhas narrativas e visuais.
Se quiserem conferir as primeiras análises e a trajetória do diretor, vale ler a cobertura especializada (ex.: artigo sobre Mamoru Hosoda na CBR) e acompanhar agregadores como o Rotten Tomatoes para atualizações de notas e críticas.
Apesar do tropeço inicial, Scarlet é um filme que merece ser visto com olhos abertos: tem riscos criativos e momentos de beleza, e pode encontrar seu público fora do Japão. Para nós, fãs de anime, é mais um capítulo na carreira de Hosoda — intrigante, controverso e digno de debate.
