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Como Kara Nortman Está Criando o Mercado dos Esportes Femininos
Tecnologia

Como Kara Nortman Está Criando o Mercado dos Esportes Femininos

01 de dez. de 2025
5 min de leitura
26 visualizações
Por Davi Manoel

Salve Geeks, como vocês estão? Os esportes femininos foram uma aposta inicial de Kara Nortman e hoje formam o núcleo da estratégia da Monarch Collective — uma abordagem que mistura investimentos concentrados, parcerias comerciais e envolvimento operacional direto para transformar atenção em receita sustentável.

Angel City: O laboratório que chocou o mercado

Quando a temporada terminou no início do mês, o Angel City FC ficou em 11º entre 13 times, um desempenho abaixo do esperado em campo. Ainda assim, o clube cofundado por Nortman em 2020 virou um estudo de caso sobre como montar uma propriedade esportiva feminina com viabilidade comercial. Propriedade coletiva com celebridades como Natalie Portman e Serena Williams e parcerias criativas ajudaram a gerar um burburinho que se traduziu em receita antes mesmo do time dominar torneios.

Segundo Nortman, o Angel City saiu do zero para cerca de US$ 30 milhões em receita no início da operação, com ingressos esgotados e merchandising forte. Para investidores e gestores, esse tipo de resultado demonstra que o produto — quando bem posicionado — tem público e mecanismos de monetização.

O papel do marketing e das parcerias

O diferencial do Angel City tem sido tratar o espetáculo como um ecossistema: experiências no estádio, colaborações com marcas de lifestyle e ativação cultural (por exemplo, noites temáticas e coleções cápsula) que ampliam o público além dos torcedores tradicionais. Isso não é replicar mecânicas do esporte masculino; é reinventar a experiência de fã para um público diverso.

Monarch Collective: fundo, tese e execução

A partir do sucesso comercial do Angel City, Nortman lançou, em 2023, a Monarch Collective, um fundo de aproximadamente US$ 250 milhões dedicado exclusivamente aos esportes femininos. Em vez de adotar uma estratégia ampla e passiva típica de venture capital, a Monarch toma posições concentradas e se envolve operacionalmente com os ativos.

O portfólio da Monarch inclui participações em clubes da NWSL como San Diego Wave e Boston Legacy FC, além de um acordo recente para 38% do FC Viktoria Berlin — o que tornou a Monarch um dos primeiros fundos estrangeiros a investir em um time feminino na Alemanha, segundo relatos públicos.

O que significa “mercados no estilo venture”?

Quando Nortman fala em “mercados no estilo venture”, ela se refere a aplicar critérios de descoberta e crescimento (identificar segmentos com alto potencial e testar hipóteses rápido) mas com controles financeiros mais rigorosos do que um fundo de risco tradicional. Em termos práticos, a Monarch combina:

  • Due diligence operacional: entender governança, receita e custo do time;
  • Atuação hands-on: ajudar a montar equipes comerciais e modelos de receita;
  • Gestão de risco: técnicas de growth equity/private equity para proteger capital.

Por que a abordagem é diferente do investimento tradicional em esportes masculinos

Investir em esportes femininos não é replicar fórmulas já testadas. Nortman aponta para iniciativas como parcerias com marcas de beleza ou coleções que conversam diretamente com públicos sub-representados — são estratégias de produto e experiência, não apenas de patrocínio em fita de LED. O objetivo é criar múltiplas vias de receita: bilheteria, assinaturas, merchandising e parcerias locais e globais.

Para contextualizar termos financeiros: growth equity são aportes em empresas maduras com receita para acelerar crescimento; private equity foca em reestruturação e ganho de eficiência operacional. A Monarch usa instrumentos desses mundos para reduzir risco enquanto escala times e ligas.

Riscos, pontos de atenção e oportunidades

Existem riscos que justificam cautela e governança forte:

  • Dependência de ondas de atenção: sucessos temporários (por exemplo, atletas que atraem mídia) geram picos; converter em receita recorrente exige infraestrutura.
  • Governança de ligas: regras de divisão de receitas, direitos de mídia e contratos coletivos impactam a sustentabilidade.
  • Variação no desempenho esportivo: times podem ter sucesso comercial mesmo com resultados medianos em campo; diversificação de portfólio ajuda a mitigar isso.

As oportunidades vêm de mercados com audiência provada para transmissão e consumo remoto (futebol, basquete, tênis, golfe). Nortman chama isso de esportes com “nenhum risco de produto‑mercado” — ou seja, formatos que o público já aceita assistir em TV ou streaming.

Como isso impacta o dia a dia dos fãs (e dos geeks no estádio)

Para quem gosta de tecnologia e experiência do usuário, há exemplos práticos: apps com conteúdo exclusivo, ingressos dinâmica de preço, experiências de AR/VR no estádio e coleções de merch co‑criado com marcas relevantes. Essas iniciativas aproximam fãs casuais e superfãs e criam novas linhas de receita.

Perguntas Frequentes

O investimento em esportes femininos já provou ser lucrativo?

Alguns clubes, como o Angel City, mostraram que é possível gerar receitas significativas com modelos criativos. Ainda assim, lucratividade sustentável exige tempo, governança e escala.

Monarch investe só em futebol?

Atualmente há concentração em clubes de futebol, mas a estratégia considera outras modalidades com audiência para transmissão, como basquete feminino, tênis e golfe.

Quais métricas observar ao analisar um investimento nesse setor?

Métricas úteis incluem receita por fã (ingresso + consumo), taxa de retenção de público, margens em direitos de mídia e eficiência operacional (Custo por Engajamento).

Fecho

A aposta de Kara Nortman mostra que transformar atenção em um mercado real exige trabalho pesado: estratégia comercial, governança e capital paciente. Para a comunidade geek interessada em negócios e tecnologia, a lição é clara: oportunidades surgem onde produto, experiência e dados se encontram.

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