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Byju’s: Fundador recorre de decisão que cobra US$ 1,07 bi
Tecnologia

Byju’s: Fundador recorre de decisão que cobra US$ 1,07 bi

24 de nov. de 2025
5 min de leitura
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Por Davi Manoel

Salve Geeks, como vocês estão? A Byju’s decisão que exige o pagamento de mais de US$ 1,07 bilhão colocou o fundador Byju Raveendran no centro de uma disputa global: ele nega irregularidades, afirma que credores enganaram o tribunal e anuncia recurso contra a ordem do tribunal de falências dos EUA.

O que motivou o julgamento à revelia

O Tribunal de Falências de Delaware emitiu um julgamento à revelia em 20 de novembro depois de concluir que Raveendran havia ignorado repetidas ordens e dado respostas "evasivas, incompletas" sobre aproximadamente US$ 533 milhões que a unidade americana da Byju’s, chamada Alpha, teria transferido em 2022 e não foram recuperados. O juiz Brendan Shannon também citou questões relacionadas a uma participação em uma sociedade limitada avaliada em cerca de US$ 540,6 milhões. A ação decorre de um empréstimo a prazo de US$ 1,2 bilhão concedido à startup em 2021.

Termos-chave explicados

  • Julgamento à revelia: decisão tomada quando uma parte não se defende no processo; o tribunal pode decidir com base nas provas apresentadas pela outra parte.
  • Ordem de desacato: penalidade aplicada quando alguém desobedece ordens judiciais; no caso houve sanções diárias de US$ 10.000 que, segundo o tribunal, não foram pagas.
  • Insolvência: condição em que uma empresa não consegue pagar dívidas; pode levar a reestruturação, venda ou liquidação sob supervisão judicial.

Reclamações dos credores e resposta dos fundadores

Em abril, um grupo de credores dos EUA liderado pela GLAS Trust processou Raveendran e sua esposa, Divya Gokulnath, por causa dos US$ 533 milhões desaparecidos. O casal negou irregularidades e afirmou que os fundos não foram para benefício pessoal, mas sim para a Think & Learn, empresa controladora da Byju’s. Eles também acusaram os credores de tentar uma aquisição hostil da companhia.

Os advogados de Raveendran argumentam que o tribunal emitiu o julgamento sem lhe dar oportunidade adequada de defesa, apoiando-se em uma ordem de desacato anterior em vez de analisar evidências adicionais. A defesa declarou que prepara ações contra a GLAS Trust e outros, com expectativa de buscar pelo menos US$ 2,5 bilhões em danos em várias jurisdições, caso não haja acordo.

Cronologia relevante

  • 2021: Empréstimo a prazo de US$ 1,2 bilhão concedido à Byju’s.
  • Abril (ano corrente): Grupo liderado pela GLAS Trust processa Raveendran e Divya por US$ 533 milhões desaparecidos da unidade Alpha.
  • 29 de setembro: Audiência sobre pedido de julgamento à revelia; juiz cita padrão de descumprimento.
  • 20 de novembro: Decisão judicial que determina pagamento de mais de US$ 1,07 bilhão.

Impacto na Byju’s e no ecossistema de edtech

A queda do caso tem repercussão além do valor monetário. A Byju’s já foi avaliada em cerca de US$ 22 bilhões e recebeu aportes de investidores como Tiger Global, Chan Zuckerberg Initiative e Prosus. Hoje, enfrenta ausência de financiamento, demissões em massa e disputa por controle, enquanto credores tentam recuperar ativos.

Por que isso importa para quem acompanha tecnologia

Para a comunidade geek que acompanha startups e investimentos, o caso é um lembrete de riscos em rodadas agressivas de financiamento e de governança em empresas rápidas de escala. Imagine uma versão empresarial de um projeto open source mal gerido: forks, conflitos de liderança e perda de confiança podem comprometer o futuro do projeto — aqui, em escala muito maior.

Pontos de controvérsia e o que está em disputa

O principal ponto de disputa é a origem e o uso dos US$ 533 milhões atribuídos à Alpha e se esses recursos foram redistribuídos indevidamente. O tribunal afirma que parte dos valores teria sido enviada de volta a Raveendran e a associados; Raveendran nega uso para ganho pessoal. Outra discussão é sobre jurisdição: Raveendran questionou a competência de Delaware, o que já foi rejeitado pelo juiz, que considerou conexões relevantes com atividades nos EUA.

Possíveis desdobramentos

  • Recursos e contestações nos tribunais dos EUA, com prazos curtos para resposta à decisão.
  • Ações separadas planejadas pelos fundadores contra credores em múltiplas jurisdições, conforme anunciado pela defesa.
  • Processo de venda supervisionado pelo tribunal na Índia, com interessados iniciais como Manipal Education and Medical Group (MEMG) e a UpGrad sendo mencionados em relatórios públicos.

Perguntas frequentes rápidas

O que significa o valor de US$ 1,07 bilhão no contexto do caso?

Esse montante decorre do julgamento que combina a responsabilidade sobre os US$ 533 milhões alegadamente não contabilizados e questões relacionadas à participação avaliada em cerca de US$ 540,6 milhões, resultando no total exigido pelo tribunal.

Os fundadores podem evitar o pagamento?

Existe a possibilidade de reverter decisões em instâncias superiores ou por meio de acordos extrajudiciais. A defesa já anunciou que vai recorrer e que pretende contestar os fundamentos do julgamento.

Fecho

O caso de Byju’s mistura direito empresarial, governança e os perigos de crescimento acelerado. Para acompanhar os próximos passos, vale ficar de olho nas notificações do processo em Delaware e nas movimentações do procedimento de venda na Índia. O desfecho terá impacto direto sobre credores, funcionários e o futuro da edtech que já foi referência global.

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