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Amazon ameaça Perplexity por agentes compradores em sites
Tecnologia

Amazon ameaça Perplexity por agentes compradores em sites

05 de nov. de 2025
5 min de leitura
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Por Davi Manoel

Salve Geeks, o que rolou?

Salve Geeks, agentes compradores como o Comet, assistente de compras da Perplexity, entraram no centro de uma disputa legal depois que a Amazon exigiu que a startup removesse ou identificasse esse tipo de agente em seu site, alegando violação dos termos de serviço da Amazon. A Perplexity diz ter recebido uma carta de cessar e desistir e publicou críticas públicas à abordagem da varejista.

Contexto e posições das empresas

Segundo a Perplexity, seu Comet age em nome de instruções de um usuário humano, portanto teria “as mesmas permissões” daquele usuário para navegar e comprar. A empresa chegou a publicar um texto crítico sobre a ação da Amazon.

Por outro lado, a Amazon respondeu apontando que terceiros que agem em nome de clientes normalmente se identificam — exemplos citados incluem apps de entrega e agências de viagem — e defende que os provedores de serviço têm o direito de decidir se aceitam ou bloqueiam agentes externos. A declaração completa da Amazon está disponível em sua página oficial: declaração da Amazon sobre Perplexity e Comet.

O que é um "agente" ou navegador agentivo?

Um agente (ou navegador agentivo) é um software que realiza tarefas em nome de um usuário — por exemplo, buscar itens, comparar preços ou finalizar uma compra. Tecnicamente, esse agente pode interagir com um site da mesma forma que um navegador humano, mas a diferença chave costuma ser a identificação: sites esperam ver cabeçalhos e sinais que indiquem se o pedido vem de um humano ou de um bot.

Termos técnicos rápidos:

  • Scraping: coleta automatizada de conteúdo de páginas web.
  • User‑agent: cadeia enviada pelo cliente (navegador/robot) que ajuda o servidor a identificar a origem do acesso.
  • robots.txt: arquivo que indica quais bots o site permite ou bloqueia (não é lei, mas é um padrão respeitado por bons cidadãos da web).

Por que a Amazon se preocupa?

Do ponto de vista da Amazon, agentes que não se identificam podem driblar políticas de uso, afetar experiência do usuário e prejudicar modelos de monetização — especialmente quando a plataforma ganha receita com anúncios e posicionamento de produtos. A empresa também tem tecnologias próprias de compra automatizada, o que torna sensível qualquer comportamento que reduza conversões ou torne menos previsível o comportamento de compra.

O argumento da Perplexity

A Perplexity defende que, se o agente age sob comando direto do usuário, ele deve herdar as permissões desse usuário. Em outras palavras, para a startup, a ação é uma extensão do usuário humano, e a exigência de identificação seria desnecessária ou restritiva para a experiência agentiva.

Histórico: controvérsias anteriores

Essa disputa não surge do nada. Em agosto de 2025, a Cloudflare publicou uma investigação acusando Perplexity de acessar conteúdos de sites que explicitamente bloqueavam raspagem por IA. Houve defesas e críticas públicas — alguns argumentaram que agentes que respondem a consultas específicas estão apenas fazendo o que um navegador humano faria; outros apontaram métodos questionáveis usados por alguns agentes para ocultar sua identidade (por exemplo, mascarar o user‑agent).

Implicações práticas para usuários e lojas

  • Privacidade e responsabilidade: quem responde por uma compra feita por um agente — o usuário, o provedor do agente ou a plataforma?
  • Publicidade e receitas: agentes que compram apenas com base em instruções objetivas podem ignorar anúncios e upsells, reduzindo receita de plataformas que dependem de posicionamento pago.
  • Segurança: sites podem ser forçados a impor autenticações mais rígidas para confirmar que o humano está por trás da compra.

Possíveis desfechos e alternativas técnicas

Algumas soluções técnicas e de mercado podem amenizar o choque entre agentes e plataformas:

  • APIs oficiais de compra: marketplaces poderiam oferecer endpoints que permitam agentes autorizados a comprar de forma transparente.
  • Identificação padrão para agentes: um cabeçalho ou token padronizado que indique "agent acting on behalf of user".
  • Modelos de negócios híbridos: provedores de e‑commerce e agentes negociam regras para preservar monetização e experiência.

Perguntas frequentes

O que significa "identificar um agente"? Significa que o software informa ao site que a requisição vem de um agente automatizado que age em nome de um usuário — via user‑agent, token ou API dedicada.

Sites podem bloquear agentes? Sim. Plataformas podem bloquear acessos que violem termos ou usar mecanismos técnicos para detectar e impedir automações não autorizadas.

Isso afeta compras de pessoas comuns? Por enquanto, usuários típicos não são diretamente afetados — mas se agentes se popularizarem, lojas provavelmente ajustarão fluxos de compra e autenticação.

Leitura recomendada

O impasse entre Amazon e Perplexity expõe uma tensão real: como equilibrar conveniência agentiva, transparência e modelos de negócio dos marketplaces? A resposta provavelmente envolverá padrões técnicos e acordos comerciais — e, claro, um pouco de diplomacia entre gigantes e startups.

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